ESTUDO DO PERFIL FARMACOTERAPÊUTICO DE PACIENTES IDOSOS PORTADORES DE DIABETES TIPO II

Resumo

Os idosos são mais vulneráveis às doenças crônicas como o Diabetes Mellitus tipo II, caracterizada por um distúrbio do metabolismo dos carboidratos, desencadeada por uma ação ou produção deficiente de insulina. O Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº. 371/GM, em 4 de março de 2002, criou o Programa Nacional de Hipertensão e Diabetes – HIPERDIA, que atua na prevenção, controle, diagnóstico e tratamento. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil farmacoterapêutico e a adesão ao tratamento, analisar as possíveis práticas da automedicação, da polifarmácia e a ocorrência de interações medicamentosas. Desenvolveu-se um estudo transversal descritivo utilizando formulários respondidos por 30 pacientes idosos diabéticos tipo II, de ambos os gêneros, inscritos no Programa HIPERDIA do Centro de Saúde Dr. Vitor Monteiro em São Bento do Sapucaí-SP. Para análise das interações medicamentosas foi utilizado o endereço eletrônico www.drugs.com.Foram identificadas 260 interações medicamentosas em 26 idosos, sendo 11 consideradas graves, 200 moderadas e 49 leves. Nas graves, destacou-se a associação de espironolactona e losartana (1,92%), nas moderadas, ácido acetilsalicílico com losartana (4,62%) e nas leves, a combinação de furosemida com o ácido acetilsalicílico (5,38%). Do grupo em estudo 86% cumpre a cronofarmacologia proposta, 30% consomem alguns medicamentos sem prescrição médica. Ainda observou-se que em 66% dos idosos entrevistados ocorre polifarmácia com cerca de 7% de medicamento por idoso. Conclui-se que, a maioria dos idosos cumpre a posologia prescrita pelo médico e não abandona o tratamento após a melhora dos sintomas, ficando evidenciada a alta adesão à terapia medicamentosa. Embora encontradas em menor quantidade, as interações medicamentosas graves necessitam de maior atenção e estudo, visto que os resultados decorrentes destas podem causar danos letais aos pacientes.