OS DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO NO BRASIL E O IMPACTO NA SAÚDE INTEGRAL DAS MULHERES

Resumo

A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é a endocrinopatia mais prevalente em mulheres em idade reprodutiva, associada a disfunções metabólicas, reprodutivas e psicossociais. No Brasil, a prevalência é alta, refletindo desafios estruturais no sistema de saúde e desigualdades regionais. Esta pesquisa propõe-se a revisar a literatura científica com o objetivo de identificar os principais desafios envolvidos no diagnóstico da SOP e compreender de que forma tais obstáculos influenciam a saúde integral das mulheres. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Os estudos revisados confirmam a alta prevalência de resistência à insulina e síndrome metabólica em brasileiras com SOP. O Consenso da Associação Latino-Americana de Endocrinologia Ginecológica (ALEG) validou as diretrizes internacionais, mas exigiu adaptações devido a barreiras regionais (acesso, custo e ausência de valores de referência locais para marcadores como o Hormônio Anti-Mülleriano - AMH). Foi destacado, ainda, que o diagnóstico em adolescentes requer cautela e que o hirsutismo pode ocorrer mesmo com níveis normais de androgênios. O diagnóstico da SOP no Brasil é dificultado por barreiras estruturais e conceituais, incluindo a falta de padronização diagnóstica e a carência de valores de referência regionais. A elevada morbidade metabólica exige que o rastreamento vá além da esfera reprodutiva. A abordagem clínica deve ser multidisciplinar, incorporando dimensões psicossociais e metabólicas, conforme preconizado pelo Consenso ALEG. O diagnóstico precoce da SOP é limitado por fatores metodológicos e socioculturais. O manejo futuro da SOP deve garantir a saúde integral da mulher, reconhecendo a complexidade da condição em suas esferas biológica, metabólica e emocional.

Palavras-chaves: Síndrome do Ovário Policístico. Saúde da mulher. Brasil.